quarta-feira, 16 de março de 2011

Violência na escola.

         Hoje, enquanto eu me arrumava para ir ao meu trabalho, assistia ao telejornal e vi a seguinte notícia: “Que uma professora do interior de São Paulo, pedia silêncio para a turma e foi agredida por um aluno com uma cadeira...”.
         Esqueci de dizer, eu me arrumava para trabalhar, trabalho numa escola, sou professora também.
         Todos os dias são noticiados histórias muito reais de violência e quase sempre são jovens que estão envolvidos. A verdade é que as crianças crescem sem limites, sem educação e isso não é clichê de pedagogo não. É a mais pura verdade.
         As crianças desde pequena têm tudo o querem, os pais dão brinquedos de R$ 200,00 para uma criança de 12 meses, deixam fazer o quer. Quando ela fala palavrão, todo mundo rir, acha uma graça. E se ela agride alguém, os pais passam a mão na cabeça, dizendo que é apenas uma criança. Faz pirraça, se joga no chão quando ouve um não e neste caso, os pais justificam dizendo que o filho tem personalidade forte.,
         As festas infantis não têm músicas de crianças, são funks cheio de palavras obscenas, sexuais, e colocamos os nossos filhos para dançarem, para cantarem estas coisas. E depois meninas de 10 anos já falam termos sexuais, beijam na boca, as de 13 anos já transam e as de 16 já são mães.
         Os pais se endividam todo início de ano, mesmo sem poder, porque a filha quer um fichário de R$ 100, 00, com folhas que custam R$ 10,00 o bloco, e pra quê? Para ela rasgar as folhas em sala com bilhetes e cartinhas. Se Gasta R$ 1000,00 por ano com material didático, e pra quê? Para o filho não abrir o livro para fazer as atividades, para toda aula esquecer o material em casa. Trabalhos avaliativos não são feitos e ninguém cobra isso, com exceção do pobre professor.
         Os pais se preocupam em trabalhar dia e noite para dar o melhor para os seus filhos, para dar a eles uma vida melhor da qual eles foram privados, mas não dão o mais importante: atenção, responsabilidade, educação. E ao contrário do que muitos dizem, a escola tem a obrigação de educar sim, mas a base da educação vem de casa. Crianças que não respeitam os mais velhos, falam palavrões, agem com completa falta de educação, falam de boca cheia, falam e gesticulam alto, afrontam o tempo todo autoridades, depredam o patrimônio público, quebram mesas e cadeiras, jogam lixo na rua, desperdiçam a merenda escolar...Enfim, estas coisas não se aprendem na escola, se aprende em casa.
         Crianças exibem celulares de última geração, Ipods, All Star de todas as cores, Melissas de todos os modelos...Coisas que não custam menos de R$ 100,00. E pra quê? Para a criança exibir aos quatro cantos e destruir logo depois ou em outros casos, ela perde o interesse e já deseja um modelo mais avançado ou o tênis e sandálias da próxima coleção primavera-verão, outono-inverno.
         As crianças de hoje não valorizam o esforço dos pais e por sua vez os pais não procuram mostrar isso para os filhos. Não mostram para os seus filhos a necessidade de se empenhar para conquistar os objetivos, não mostram a realidade difícil do mundo, que enquanto ela reclama que não tem pizza no lanche de sábado milhares de crianças não tem nem água pra beber.
         Antigamente os pais apoiavam a posição do professor, agora não, a criança sempre está certa, a culpa é do professor, é ele que persegue o seu filho, é ele que não sabe ensinar, é ele que é despreparado. Se meu filho ficou reprovado, o problema é do professor, não do aluno. Este mesmo aluno que não fez os trabalhos, que conversou e desrespeitou o professor, que deixou o material em casa de propósito. Ainda sim, a culpa é do professor.
         Estamos formando uma geração de jovens vazios, sem empatia, e egocêntricos. Parece cruel e pessimista este meu diagnóstico, mas é isso. Enquanto passar a mão na cabeça dos seus filhos, enquanto insistir em atender todos os seus desejos, enquanto não mostrar a importância de se valorizar o amor ao próximo, o respeito mútuo, enquanto não olharmos para dentro de nossas crias, continuaremos a ter notícias de crimes hediondos cujo réu é um jovem.

domingo, 13 de março de 2011

E amanhã?

"É Deus, que te faz entender toda poesia, que torma mais valiosa a vida e prova que ainda dá pra ser feliz..." (Rosa de Saron)

É..andei meio sumida. sem inspiração, embora tenha me empolgado bastante com o blog e planejei postar diariamente....deu preguiçinha! rs

Mas o que me levou a postar hoje foi pensar sobre o mundo e a violência que vivemos nos dias de hoje. Em menos de um mês tivemos acesso a tantas crueldades com crianças, mulheres, jovens...
Como alguém em sã consciência pode decepar a mão de uma criança de três meses? Como uma mulher pode enforcar uma menina de 6 anos? Como jovens podem atirar na cabeça de um outro jovem? Como homens podem violentar uma mulher e depois matá-la?
Nós humanos somos cruéis e agimos como animais na selva, somos capazes de atos de violência sem pestanejar. E a única coisa que ainda nos segura é a tal da moral e dos bons costumes.Mas até quando?
Sem frases clichês acho que o mundo precisa de Deus. E falar de Deus não tem nada a ver com opção por alguma religião, fanatismo, radicalismo.
Quando voltamos o nosso pensamento para Deus (ou para alguma força que julguemos ser superior) agimos melhor, somos pessoas melhores. E não tem essa de fazer o bem esperando o céu, é fazer o bem sem esperar nada em troca.
O que percebo que as pessoas não temem mais pelo o céu ou inferno. A vida termina aqui mesmo.E esta mesma vida não tem mais valor. Mata-se por 1 real e pouco importa, vivemos um retrocesso como na época dos escravos. Matava-se escravos, violentava-se escravas, negavam comida, escravizavam, por acreditar que não eram pessoas, eram objetos de usufruto. E nós quando lemos nos livros de história nos chocamos com este comportamento! Mas o que fazemos hoje???
A mesma coisa.
Ignoramos os pedintes nas ruas, eles são os invisíveis de nossa sociedade. Quando o jornal dá a notícia que um homem  morreu numa favela dessas qualquer, pensamos logo "ele estava devendo, mereceu morrer". Moradores de favelas não são homens de família? Não trabalham? Todos são bandidos?
Se um rapaz comete um assalto, um sequestro toda a população comemora o fato do policial ter encerrado o assunto com um tiro na cabeça do meliante.Mas ele não tinha família? Não tinha uma mãe?
Vivemos um período de catástrofes ambientais nunca antes vistas, milhões de vidas estão se perdendo por causa da ganância de uma minoria. O que importa é o poder, o óleo negro, os dólares, as multinacionais, as grandes marcas....
E eu admito que me choco em este mundo que choro ao ver o desastre no Japão, na região Serrana do RJ, mas logo em seguida mudo de canal, levanto e vou me empaturrar de comida na cozinha.....E tantos outros se comportam da mesma forma.
E eu nem sei aonde isso vai parar.Nossas vidas se perdem entre os dedos.A cada minuto que passa temos menos tempo para fazer algo que seja a diferença em nossa sociedade.
E amanhã?
"A domani, à demain, Mañana, morgen, tomorrow..." (Rosa de Saron)